sábado, 27 de março de 2010

AC/DC- High Voltage(1976)




Nome:High Voltage
Ano:1976
Produção:George Young, Harry Vanda
Músicos:Bon Scott(vocal), Angus Young(guitarra), Malcolm Young(guitarra), Mark Evans(baixo), Phil Rudd(bateria)
Faixas:
01.It’s a Long Way to the Top
02.Rock & Roll Singer
03.The Jack
04.Live Wire
05.T.N.T.
06.Can I Sit Next to You Girl
07.Little Lover
08.She's Got Balls
09.High Voltage

Vindos da Austrália, com o vocal único de Bon Scott(mau aê, Brian Johnson!), os solos, a dancinha,a roupa de estudante e a guitarra SG de Angus, as bases de Malcolm, a marcação do baixo de Mark Evans(que usava um Rickenbacker 8D) e a pegada da bateria de Phil Rudd, este era o AC/DC, com um som "cru" que mistura Hard Rock e Blues claramente expressas nesse álbum que é o meu favorito da banda. High Voltage foi o primeiro álbum da banda lançado internacionalmente, que já emplacava vários hits, como a faixa de abertura "It's a Long Way to the Top", com sua letra sobre como é difícil chegar ao topo indo pelo caminho do Rock N' Roll(bem, acho que pra eles não né) e um riff de teclado que sabe se lá quem tocou(informação não encontrada ;/), "Rock N' Roll Singer" fala sobre coisas que muitos(inclusive este que vos fala) já quis fazer, como largar a escola e se tornar um "Rock N' Roll Star", a minha favorita, "The Jack" uma bela linha de blues onde todos os instrumentos trabalham perfeitamente, as bases e os solos dos irmãos Young funcionando perfeitamente e Scott arrebentando no vocal. Acho que meu primeiro contato com a banda veio através dessa música, presente na trilha sonora de algum jogo da série "Tony Hawk's Pro Skater", "T.N.T", de riff simples e por sua vez, clássico. "Little Lover" e "She's Got Balls" mostram o lado "banda de garagem" da turma e, por último a música que carrega o título do álbum, "High Voltage" que junto com o álbum todo parece dizer "Conseguimos, olhem pra nós, nós existimos(e somos bons)".

*Dedico esse post ao Hippie Marcelo, que me disse que o Angus Young foi o maior guitarrista que ele tinha ouvido na vida. Vá em paz, Bob!07/04/2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

Milton Nascimento e Lô Borges- Clube da Esquina(1972)


Nome:Clube da Esquina
Ano:1972
Produção:Milton Miranda
Músicos:
Voz- Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes e Alaíde Costa( em "Me Deixa Em Paz"),
Violão- Lô Borges, Milton Nascimento, Toninho Horta, Tavito e Beto Guedes (viola de 12 cordas)
Baixo- Beto Guedes, Luiz Alves(elétrico e arco) e Toninho Horta
Guitarra- Tavito(6 e 12 cordas), Lô Borges, Toninho Horta, Nelson Angelo e Beto Guedes
Piano- Milton Nascimento, Wagner Tiso, Lô Borges e Nelson Angelo
Órgão- Wagner Tiso
Bateria- Robertinho Silva e Rubinho
Percussão- Luiz Alves, Rubinho, Robertinho Silva, Toninho Horta, Lô Borges, Paulinho Braga, Beto Guedes, Nelson Angelo e Tavito
Vocais- Wagner Tiso, Toninho Horta, Robertinho Silva, Milton Nascimento, Luiz Gonzaga Jr., Beto Guedes, Lô Borges e "O Povo"
Arranjos- Wagner Tiso e Eumir Deodato
Regência- Paulo Moura
Faixas:
1.Tudo Que Você Podia Ser
2.Cais
3.O Trem Azul
4.Saídas e Bandeiras nº 1
5.Nuvem Cigana
6.Cravo e Canela
7.Dos Cruces
8.Um Girassol Da Cor De Seu Cabelo
9.San Vicente
10.Estrelas
11.Clube da Esquina nº 2
12.Paisagem Na Janela
13.Me Deixa Em Paz
14.Os Povos
15.Saídas e Bandeiras nº 2
16.Um Gosto De Sol
17.Pelo Amor De Deus
18.Lilia
19.Trem De Doido
20.Nada Será Como Antes
21.Ao Que Vai Nascer

"Pingo:Caramba Léo, você ainda tem o LP do Clube da Esquina?? Eu perdi o meu!
Léo:Esse é o seu."

(Trecho da minissérie Queridos Amigos, exibida pela G***, em 2008)

Desse episódio a garimpar os vinis do meu pai, foram questão de horas. O vinil citado pelo Pingo(Joelson Medeiros) no entanto, era o álbum "Clube da Esquina 2", outro fruto dos mineiros,lançado em 78. Escrever sobre esse álbum pra mim é quase impossível, pois a sensação de ouví-lo é única.
O movimento Clube da Esquina surgiu nos idos dos anos 60 quando Milton conheceu os irmãos Borges(Lô, Marilton e Márcio). O motivo do nome Clube da Esquina veio das reuniões que eles costumavam fazer na esquina da rua Divinópolis com a Paraisópolis, onde sentavam para compor e tocar violão e jogar bola. Além de Milton e dos irmãos Borges, frequentavam o clube o parceiro de "beatlemania" de Lô, Beto Guedes, Toninho Horta, Wagner Tiso, os integrantes do 14 Bis e muitos outros nomes da nossa música. Assim como o Tropicalismo teve Torquato e Capinan, que eram parceiros constantes de composição dos Tropicalistas, o clube teve Ronaldo Bastos e Fernando Brant, que compuseram em parceria, principalmente, com Milton e Lô grandes clássicos do Clube. O disco duplo, lançado em 1972, trazia fenomenais composições dessa turma, com melodias bem feitas, letras belas e um pouco complexas(afinal, qual a dificuldade que "os ratos sentem pra não saber morrer nas calçadas?"). "Tudo Que Você Podia Ser", parceria dos irmãos Márcio e Lô abre o disco e eu arrisco meu pescoço ao chamá-la de "Like a Rolling Stone brasileira". Pulando para "Trem Azul(The Blue Train)", com letra do Ronaldo Bastos e música do Lô, uma canção sobre saudade, lembranças e coisas que a gente pensa "viajando", uma das minhas favoritas do álbum, uma mistura da música folk dos americanos com a nossa MPB, essa canção foi gravada também por Tom Jobim. A nossa quarta faixa é "Saídas e Bandeiras Nº1" uma canção curta que nos indaga sobre nosso futuro e caminhos a seguir. "Nuvem Cigana(Gipsy Cloud)" relata em seus versos a declaração de alguém que vai proteger aquele que "deixar o coração bater sem medo". Segundo o Milton, a canção italiana "Dos Cruces" não era brasileira mas relatava bem o jeitinho de Minas. Para gravar "Um Girassol da Cor de Seu Cabelo", Lô sentou ao piano e fez uma das faixas mais incríveis do disco, que começa poética e melodiosa e tem um final extraordinário. A presença dos ritmos latinos misturados ao violão de Tavito, eterno parceiro de Zé Rodrix em "San Vicente" mostra que na proposta do Clube também estava presente a ideologia de tornar a nossa música mais "universal", mesmo que os caras de lá não vissem o lado ocidental dos mineiros. Outro momento maravilhoso desse álbum que eu não poderia esquecer é a versão instrumental da música "Clube Da Esquina Nº2", que puts, que arranjo! Só ouvindo. "Clube da Esquina Nº 2" é seguida de outro grande clássico do Clube, "Paisagem na Janela", cantada por Lô. Junto com "O Trem Azul", essa música mostra a influência do movimento Beatnik sobre os mineiros. Com participação de Alaíde Costa, Milton faz uma extraordinaria interpretação de "Me Deixa Em Paz". A atuação dos músicos também se faz notável nessa faixa, com uma melodia meio mesclada entre a Bossa e a música Africana. Em "Saídas e Bandeiras Nº2", a melodia da primeira é mantida, porém sua letra é mudada, mas a proposta ainda é a mesma. Ainda à esta é adicionada um modesto solo de baixo executado pelo Beto Guedes. "Um Gosto de Sol" com piano executado por Milton traz uma letra complexa e um belo arranjo de orquestra feito por Eumir Deodato. Piano elétrico, órgão e todos os efeitos psicodélicos que adoro, estão presentes em "Pelo Amor de Deus", melodia e letras ótimas, parceria de Milton e Fernando Brant, contando com vocal de Lô no final. "Lilia" começa com uma balada bem rítmica com a percussão acompanhada pelo violão e o solfejo de Milton, ainda conta com um belo arranjo de órgão de Wagner Tiso. "Trem de Doido" com uma levada de rock muito bem elaborada e o destaque da guitarra de Beto Guedes. Todos os músicos atuam bem aqui, junto com a letra que trás o intrigante verso "os ratos não sabem morrer na calçada" e os trens são citados outra vez. "Nada Será Como Antes", a música que tocava na abertura de Queridos Amigos, uma balada que fala sobre partida e saudade dos amigos e pessoas deixadas para trás. Fechando com chave de ouro, a faixa "Ao Que Vai Nascer", música com compassos híbridos e uma letra muito bem trabalhada. A foto da capa do álbum, em que estão dois meninos, um negro e um branco, provavelmente para representar Milton e Lô, foi tirada em Nova Friburgo, cidade da qual Beto fez uma música para um de seus distritos, Lumiar. Uma das obras primas da cultura brasileira, esse disco alcançou o 7º lugar na lista dos 100 Maiores Álbuns de Música Brasileira da revista Rolling Stone. E ainda tem gente por aí que ouve fanque...