segunda-feira, 19 de abril de 2010

O Terço- Criaturas da Noite(1975)



Nome:Criaturas da Noite
Ano:1975
Produção:O Terço, Santiago Malnati e Mario Buonfiglio
Músicos:Sérgio Hinds(vocal, guitarra e viola), Sérgio Magrão(baixo e vocal), Luiz Moreno(percussão e vocal) e Flávio Venturini(piano, órgão, sintetizador, viola e vocal)
Faixas:
1.Hey Amigo
2.Queimada
3.Pano de Fundo
4.Ponto Final
5.Volte Na Próxima Semana
6.Criaturas da Noite
7.Jogo das Pedras
8.1974

Uma das mais importantes e emblemáticas bandas da nossa cena de rock progressivo nos anos 70, o grupo O Terço lançou sua obra prima no ano de 1975. Criaturas da Noite é o terceiro álbum da banda em que ela se encontrava no seu auge tanto em criatividade quanto na habilidade dos músicos. Contudo, ainda é importante falar-se de dois outros músicos que integraram o grupo. A formação que quero destacar em si, contava com Sérgio Hinds na guitarra, Cesar de Mercês no baixo, Vinícius Cantuária na bateria e o ilustre Jorge Amiden, na "tritarra". Junto com o Guarabyra, integrante do trio de Rock Rural Sá, Rodrix e Guarabyra, criaram esses dois instrumentos inovadores: a já citada Tritarra e o violoncelo elétrico(na época tocado pelo Sérgio Hinds) o que passou a dar uma sonoridade ímpar ao grupo. A Tritarra consistia numa guitarra de três braços(isso mesmo) e o detalhe maior é que nessa época Jimmy Page ainda não usava a Gibson de dois braços dele! Amiden era a mente do grupo, porém após algumas confusões com os integrantes, ele abandonou o grupo e formou o Karma, que não durou muito e desde então sumiu =/. Voltando ao disco, ele se mostra diferente dos trabalhos anteriores do Terço, mesclando o Rock Rural com o já adotado estilo Progressivo da banda. O Cesar de Mercês, mesmo não integrando mais o grupo, foi bastante presente no álbum com suas composições. Nessa época, passou a integrar o grupo o futuro 14 Bis Flávio Venturini, que trouxe novas composições e deu um caráter mais melodioso ao grupo. A primeira canção "Hey Amigo", composição do Cesar de Mercês, fala sobre amizade(oooh, jura?) e compaixão, sobre como se nos uníssemos poderíamos tornar o mundo um lugar muito melhor. "Queimada" é um tema bem acústico de parceria do Venturini com o Mercês no estilo música para acampamento e fogueira. O virtuosismo do grupo começa a aparecer em "Pano de Fundo", que possui uma letra simples mas uma melodia muito bem elaborada, composta por Magrão e Mercês. Um belíssimo tema de um dos grandes bateristas brasileiros, Luiz Moreno, possui um coro vocal e uma introdução do teclado de Venturini que dão todo um ar clássico à música em que este mesmo é o destaque da faixa "Ponto Final". O fim do lado A, ficou por conta da composição de Sérgio Hinds "Volte na Próxima Semana" onde o pessoal do grupo "desceu a lenha" tanto tocando quanto protestando sobre o momento e como as coisas estavam acontecendo. E lá estava de novo o Rock Rural no lado B. A canção que dá título ao álbum, "Criaturas da Noite" foi composta por uma dupla sensacional, Venturini e Luís Carlos Sá(o Sá que precede o Rodrix e o Guarabyra no nome do trio). A canção possui uma letra linda e os arranjos de orquestra, enfim, apenas um nome: Rogério Duprat. A penúltima música, que mostra mais um pouco do lado "calmo" da banda, chama-se "Jogo das Pedras" e é mais uma obra de arte da parceria de Venturini com o Mercês. Para fechar o disco, temos um fenomenal tema instrumental de mais de 12 minutos chamado "1974". Uma belíssima melodia composta pelo Venturini que talvez sintetize tudo que está no disco sem dizer uma palavra. Ah, e para os que ficaram curiosos, aqui está o grupo com Amiden na Tritarra e Hinds no violoncelo elétrico. A arte da capa ficou por conta do já citado artista plástico Antonio Peticov e de seu irmão André e leva o título de "A Compreensão". O disco foi gravado em 16 canais e como eu já disse inclui arranjos de orquestra do maestro Rogério Duprat, mais um motivo para cultuá-lo, não?

sábado, 10 de abril de 2010

Barão Vermelho- Barão Vermelho (1982)




Nome:Barão Vermelho
Ano:1982
Produção:Ezequiel Neves e Guto Graça Mello
Músicos:Cazuza(vocal),Roberto Frejat(guitarra), Dé Palmeira(baixo), Maurício Barros(teclado e piano) e Guto Goffi(bateria e percussão)
Faixas:
1.Posando de Star
2.Rock N' Geral
3.Down em Mim
4.Billy Negão
5.Certo Dia Na Cidade
6.Conto de Fadas
7.Ponto Fraco
8.Todo Amor Que Houver Nessa Vida
9.Por Aí
10.Bilhetinho Azul


O disco de estréia da banda do Agenor, foi lançado em Setembro de 1982 pela Som Livre e segundo a crítica da época "Seria melhor se os rapazes da banda tivessem chamado o público para um tradicional ensaio de garagem" e faço das palavras dos caras do grupo a minha "Jornal de ontem, notícia de anteontem!". É um disco dos anos 80 que carregava um pouco dos anos 70, com grande influência do blues. E falando em blues, duas faixas do álbum foram feitas para dois aspirantes do gênero. Uma chama-se "Certo Dia Na Cidade", composição de Guto, Frejat e Cazuza e escrita no encarte "para Jimi Hendrix". A outra, é a terceira faixa, "Down em Mim", que, mesmo não escrito no encarte do álbum, no filme biográfico "Cazuza- O Tempo Não Pára" o fulano diz que estava com a Janis Joplin na cabeça quando compôs a música. As músicas clássicas desse álbum são a já citada "Down em Mim", "Billy Negão", "Ponto Fraco", "Todo Amor Que Houve Nessa Vida" e "Por Aí". O álbum tem como característica as melodias simples, marcantes, com uma banda excelente e as letras verdadeiras poesias cantadas. As letras, a maioria composta pela dupla Frejat e Cazuza, abordam temas como a solidão, tristeza, o próprio estilo rock e o amor. A canção "Billy Negão" ainda aborda a história de um bandido que rouba para sorrir cheio de dentes para o seu amor. "Todo Amor Que Houver Nessa Vida", uma das melhores composições do Cazuza, foi adicionada ao repertório de Caetano Veloso que o citou como o poeta daquela geração. Mais tarde, a música ainda entrou no repertório da cantora Cássia Eller, que deu uma roupagem especial à música. Quanto ao som do grupo, destaco os teclados e a guitarra de Maurício e Frejat, somados ao sincronismo da bateria de Guto e as linhas de baixo do Dé, e o vocal rasgado e ao mesmo tempo suave do Cazuza. Um álbum que foi praticamente o pioneiro do rock nos anos 80 e marcante, pois nele esses grandes músicos já mostravam seu talento que se faz presente no rock brasileiro até hoje. Let's rock, baby!