sexta-feira, 10 de junho de 2011

"Todo Blogspot tem seu fim...




..e é o fim, é o fiiim."

A partir de hoje, esse blog não funcionará mais nesse endereço, o The Lucas's Discopédia estará agora nesse novo link:

http://dizconauta.wordpress.com/

Vejo vocês por lá, tem um post de apresentação explicando direitinho o motivo da mudança! ;)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

T.Rex- The Slider (1972)


Nome: The Slider
Ano: 1972
Produção: Tony Visconti
Músicos: Marc Bolan (guitarra e voz), Steve Currie (baixo), Mickey Finn (percussão e vocais), Bill Legend (bateria), Howard Kaylan (vocais) e Mark Volman (vocais)
Faixas:
1.Metal Guru
2.Mystic Lady
3.Rock On
4.The Slider
5.Baby Boomerang
6.Spaceball Ricochet
7.Buick Mackane
8.Telegram Sam
9.Rabbit Fighter
10.Baby Stranger
11.Ballrooms Of Mars
12.Chariot Choogle
13.Main Man

Originalmente formada como Tyranossaurus Rex, a banda tinha um som mais acústico, voltado para o folk, que era influência direta do vocalista e guitarrista Marc Bolan (Bolan= BOb DyLAN). Mais ou menos na virada da década de 60 para os 70, as guitarras começam a mexer com o lado criativo de Bolan. Sendo assim, os músicos são despedidos e forma-se então o T.Rex, um fenômeno do glam rock com nome mais simples e melodias eletrificadas. Após o lançamento de dois bons álbuns, a banda atinge o sucesso com The Slider. Com muita influência dos temas acústicos, The Slider é uma mistura de um rock maduro, com guitarras sujas e temas simples, sem a necessidade de canções complexas. Sua capa, traz Marc Bolan em preto e branco, portando uma cartola e foi clicada por ninguém menos que o beatle Ringo Starr, que também filmou um documentário sobre o grupo. O álbum começa com "Metal Guru", primeiro single do álbum, uma balada folk, com uma guitarra distorcida e backing vocals constantes. "Mystic Lady" segue o mesmo estilo da anterior, porém ainda conta com um arranjo de cordas de fundo. Em "Rock On", um efeito faz parecer que os violinos estão distorcidos. A música título do álbum, é meio que uma síntese dos elementos da banda. "The Slider" começa muito bem com uma virada de bateria e segue com a voz suave de Bolan, acompanhada da guitarra com uma distorção bem dosada, sem parecer pesada. Após determinado momento da música, os violinos acompanham a guitarra. "Baby Boomerang" tem um ritmo meio de "blues de boteco", com efeitos na voz e vocais acompanhando a voz principal no refrão. "Spaceball Ricochet" é basicamente uma base de violão e voz com o baixo fazendo umas escalas no fundo e uma letra inteligente e profunda. A próxima canção, "Buick Mackane" traz um lado mais hard, numa melodia característica de bandas no estilo do Led Zeppelin. Outro sucesso, "Telegram Sam" dá continuidade ao disco, com um estilo bastante glam. "Rabbit Fighter" é mais calma, com um violão base e uns belos gemidos da guitarra. Após a comediante contagem de tempo de Marc Bolan, ouvimos "Baby Strange", que tem uma forte influência de blues e uma bateria com marcação bastante precisa. "Ballrooms of Mars" é uma balada que fez parte da trilha do filme School of Rock ("Escola de Rock") e na letra são citados nomes como John Lennon e Bob Dylan. "Chariot Choogle" é diferente de sua anterior, mais pesada, com riffs distorcidos e a voz de Bolan parece estar dobrada. O álbum acaba com "Main Man", mais uma das músicas com base do violão, além de ter um vocal psicodélico no início e ser uma das músicas onde podemos notar melhor o som do baixo.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Cássia Eller- Com Você...Meu Mundo Ficaria Completo (1999)


Nome: Com Você...Meu Mundo Ficaria Completo
Ano: 1999
Produção: Nando Reis e Luiz Brasil
Músicos: Cássia Eller (voz, violão e percussão), João Viana (bateria), Walter Vilaça (guitarra), Fernando Nunes (baixo), Lanlan (percussão), Thamyma Brasil (percussão), Luiz Brasil (violão, percussão, guitarra, arranjos e violão de 12 cordas), Renato Massa (bateria), Maurício Barros (piano e órgão), Mingo Araújo (percussão), Chiquinho Chagas (acordeom), Cesinha (bateria e percussão), Rodrigo Garcia (violão), Paulo Calasans (piano, órgão e clavinete) e Nanci Ribeiro (voz)
Faixas:
1.Segundo Sol
2.Mapa do Meu Nada
3.Gatas Extraordinárias
4.Um Branco, Um Xis, Um Zero
5.Meu Mundo Ficaria Completo (Com Você)
6.Palavras Ao Vento
7.Aprendiz de Feiticeiro
8.Pedra Gigante
9.Infernal
10.Maluca
11.As Coisas Tão Mais Lindas
12.Esse Filme Eu Já Vi

Com a produção impecável de Nando Reis e Luiz Brasil, Cássia Eller grava em 1999 um disco que traz uma enxurrada de clássicos. Com um verdadeiro time de músicos e uma orquestra, Com Você...Meu Mundo Ficaria Completo, foi a concretização e o auge do sucesso da cantora no fim da década de 90. Como grande intérprete que sempre foi, Cássia traz no disco composições de diversos gêneros e de autoria de vários grandes nomes da música brasileira. O disco já começa com seu maior sucesso ao lado de "Malandragem", "Segundo Sol", que segundo a própria cantora, ela "roubou" de Nando Reis. A música é daquelas perfeitas para se tocar no violão e traz um belo arranjo de cordas, além da participação do "barão" Maurício Barros pilotando as teclas. A segunda faixa, "Mapa do Meu Nada", é uma declaração amorosa de Carlinhos Brown e possui a participação especial de Jussara Silveira no disco. O final de "Mapa do Meu Nada" parece até uma ponte para "Gatas Extraordinárias", do Caetano. O destaque da faixa são as flautas e, claro, a letra impecável do Caetano. Depois dessa dupla de canções de amor, aparece uma canção inversa, "Um Branco, um Xis, um Zero", do trio Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Pepeu Gomes. A canção tem uma forte influência do rock e a voz da Cássia sai, como de costume, extraordinária. A canção título do álbum, também composição de Nando Reis, tem o solo de guitarra do Walter Vilaça e uma letra muito bem construída, falando que perto do amor os problemas parecem pequenos. Seguindo, a sexta faixa traz mais um clássico, composição do baiano Moraes Moreira em parceria com a outra maravilhosa cantora Marisa Monte, "Palavras Ao Vento", com Paulo Calasans tocando um órgão maravilhosamente bonito e Luiz Brasil e Rodrigo Garcia nos violões. Mudando bruscamente o estilo, Cássia Eller mostra sua versatilidade interpretando "Aprendiz de Feiticeiro", do gênio paulista Itamar Assumpção, oriundo da Vanguarda Paulista. Destaque para o acordeom e a percussão. Também com bastante percussão e acordeom, Cássia interpreta, absorvendo o estilo único do compositor baiano Gilberto Gil, "Pedra Gigante", feita em parceria com Bené Fonteles. A nona faixa leva o nome da banda de apoio de seu compositor. "Infernal", de Nando Reis, tem uma fortíssima influência de funk, expressada por Paulo Calasans em seu clavinete, que é completado pelos sopros. "Maluca", de Luiz Capucho, é um samba muito bonito, praticamente montado pelo violão, o arranjo de cordas e a letra falando sobre o amor de uma mulher por flores. Chegando ao final, temos mais uma do Nando Reis, "As Coisas Tão Mais Lindas", muito bem interpretada pela Cássia e por último "Esse Filme Eu Já Vi", de Luiz Melodia e Piau, com grande influência de jazz.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

The Smiths- Rank (1988)



Nome: Rank
Ano: 1988
Produção: Pete Dauncey e Grant Showbiz
Músicos: Morissey (voz), Andy Rourke (baixo), Johnny Marr (guitarra), Mike Joyce (bateria) e Craig Gannon (guitarra)
Faixas:
1.The Queen Is Dead
2.Panic
3.Vicar in a Tutu
4.Ask
5.His Latest Flame/Rusholme Ruffians
6.The Boy with the Thorn in His Side
7.Rubber Ring/What She Said
8.Is It Really So Strange?
9.Cemetry Gates
10.London
11.I Know It's Over
12.The Draize Train
13.Still Ill
14.Bigmouth Strikes Again

Considerada por alguns a banda alternativa mais importante da década de 80, o The Smiths, com sua mistura de pós-punk e new wave, é certamente uma das bandas mais influentes dessa década. Rank foi lançado um ano após o fim da banda e gravado um ano antes, em Outubro de 86. O disco ao vivo traz o áudio das sempre perfomáticas apresentações do grupo, com as tradicionais atitudes e dancinhas do Morissey, a guitarra de Johnny Marr sempre com efeitos que dão cara de anos 80 aos timbres da banda e o baixo e a bateria de Andy Rourke e Joyce sempre em perfeita sintonia, além da participação do músico Craig Gannon tocando uma segunda guitarra. Grande parte do repertório é formada por músicas do álbum lançado no mesmo ano, The Queen is Dead, mas o show ainda conta com músicas que apareceriam em seu sucessor, Louder Than Bombs. Reforçando a idéia de que seja o registro de um show da turnê de The Queen is Dead, o grupo abre com a canção de mesmo nome, com o solo de bateria e no meio da música Morissey empunhando um cartaz escrito "The Queen is Dead" no melhor estilo de Joey Ramone quando os Ramones tocavam "Pinhead" ao vivo. A canção influenciada pela paixão de Morissey pelo cinema britânico da década de 60 ("The Queen is Dead" faz referência ao filme "The L-Shaped Room", de 1962) dá lugar a "Panic", que tornaria-se hit no álbum seguinte, uma canção agradável com poucas variações na melodia e também na letra. "Vicar in a Tutu", tem um ritmo bem rápido, com guitarras dedilhadas e bateria bem marcante. Morissey faz uma declaração sobre os problemas causados por características como a timidez em "Ask". Nessa composição do vocalista em parceria com o guitarrista Johnny Marr, aborda uma temática comum nas canções da banda, que sempre possuiu esse lado introspectivo e até um pouco depressivo. O primeiro medley do disco, "His Latest Flame/Rusholme Ruffians", mistura uma música gravada por Elvis Presley com uma composição de Morissey e Marr do álbum Meat is Murder, mostrando a influência do rockabilly no som do grupo. Mais uma de The Queen is Dead, "The Boy with the Thorn in His Side", com bastante presença do baixo e das guitarras. Outro medley, "Rubber Ring/What She Said", tem um clima diferente, inicialmente com "Rubber Ring" parece perfeita para um daqueles filme de "Sessão da Tarde" dos anos 80, misturando jazz e blues, daí a música vai mudando para "What She Said" e se torna bem pesada, falando inclusive de temas como a morte. "Is It Really So Strange?" tem timbres mais estridentes, que fazem contraste com a voz rasgada e Morissey, tudo com uma boa influência do velho blues. "Cemetry Gates" com o baixo e a bateria se destacando bastante, tem um clima bem agradável. O clima mais pesado no disco, aparece com "London", música totalmente pós-punk, rápida e de letra forte. A melancólica "I Know It's Over" vem em seguida, com arranjo bem parecido com o original. Morissey sai de cena para dar lugar a composição instrumental de Johnny Marr, "The Draize Train", com uma notável influência de funk, no mesmo estilo da música "Barbarisms Begins at Home", de Meat is Murder. Não é algo que seja fácil perceber no som geral do Smiths, mas a influência do funk está lá, por menor que seja. A penúltima música, "Still Ill", tem uma linha de baixo pesada e timbres de guitarra nostálgicos. Por fim, o clássico máximo da banda, "Bigmouth Strikes Again", com sua temática violenta, citando, inclusive, a Joana D'arc. Rank é um belo registro dessa banda que foi muito importante para o rock na década de 80 que, infelizmente, teve uma curta duração, tendo influenciado, inclusive, bandas brasileiras, como a famosa Legião Urbana.

terça-feira, 29 de março de 2011

Secos e Molhados- Ao Vivo no Maracanãzinho (1980)



Nome:Secos e Molhados Ao Vivo no Maracanãzinho
Ano:1980
Produção:Dado não encontrado
Músicos:Dado incerto, os músicos que formavam a banda na época eram: João Ricardo (voz, violão e gaita), Gerson Conrad (voz e violão), Ney Matogrosso (voz), Marcelo Frias (bateria e percussão), Emilio Carrera (piano e órgão), Sergio Rosadas (flauta), John Flavin (guitarra), Willy Verdaguer (baixo)
Faixas:
1.As Andorinhas
2.Rosa de Hiroshima
3.Instrumental I
4.Mulher Barriguda
5.Primavera nos Dentes
6.El Rey
7.Toada & Rock & Mambo & Tango & etc
8.Fala
9.Assim Assado
10.Instrumental II
11.O Vira

Fevereiro de 1974, estádio do Maracanãzinho. Trinta mil pessoas dentro do estádio lotado e mais noventa mil do lado de fora, números incríveis, recorde de público. Já não bastasse bater o "rei" Roberto Carlos em vendas, o Secos e Molhados estavam batendo recorde de público com um espetáculo! Lançado seis anos após a gravação, esse disco ao vivo é de derrubar o queixo de todo mundo que conheça o meteórico disco de estréia da banda, definido pelos próprios por vezes como "um disco de rock que não é um disco de rock". Quero dizer que ao vivo a banda era totalmente diferente, no álbum vemos um grupo tocando rocks ou não de forma mais contida, já nesse disco é uma pedrada só! Há uma combinação bastante perceptível entre os instrumentos e também juntos com a voz do Ney. O repertório é composto por oito músicas do primeiro álbum, duas passagens instrumentais e a até então inédita "Toada & Rock & Mambo & Tango & etc", lançada no segundo disco do grupo. Nota-se bastante a mudança nos arranjos das músicas. O grupo já entra no palco com "As Andorinhas", a banda denuncia o peso na primeira nota e o piano do Carrera segue incrível até Ney derramar os versos dessa verdadeira poesia cantada. Falando em poesia, em seguida ouvimos "Rosa de Hiroshima", o poema de Vinícius de Moraes musicado por Gerson Conrad, dominado pela flauta de Rosadas e a magnífica voz do Ney Matogrosso. Detalhe que apesar da baixa qualidade da gravação, podemos ouvir o coro da platéia cantando a música. O primeiro tema instrumental aparece, de início bem pesado, com palhetadas rápidas no baixo e na guitarra. Por volta dos dois minutos de duração, as cordas dão lugar a flauta e ao piano, tornando a música mais calma e segue até a variação final, onde volta a parte pesada. Outra das canções mais ligadas ao rock aparece, "Mulher Barriguda", sem muitas diferenças da versão original. Se no primeiro álbum "Primavera Nos Dentes" se mostrava parecida com "Breathe" do Pink Floyd, o mesmo não acontece na versão ao vivo. De início vemos efeitos bastante curiosos, as teclas em primeiro plano e depois Ney faz mais uma de suas incríveis interpretações, com um vocal bastante forte e presente. Passamos rapidamente por "El Rey" sem muitas variações da versão original e depois vamos à "Toada & Rock & Mambo & Tango & etc". A música é basicamente o violão na base e Flavin ditando regras com sua guitarra enquanto Ney, João Ricardo e Gerson Conrad passam o recado com a letra, até que ocorre uma variação onde a música fica mais pesada e até um acordeon aparece. Ney mais uma vez dá um show "solo" na música "Fala", presente em seu repertório até os dias atuais, nesta ocasião sendo acompanhado apenas pelo piano. Para dar continuidade ao espetáculo, mais um classicão do grupo, "Assim Assado", trocando as percussões e sopros da introdução por uma boa batida de bateria e o acompanhamento do baixo. A grande diferença nessa versão são as acelerações que ocorrem nos refrões e principalmente a parte final da música, uma passagem bem interessante destacando piano e baixo primeiro e por fim um solo de guitarra. Após tudo isso, aparece o segundo tema instrumental, bem curtinho, com pouco mais de um minuto de duração, soando mais com uma vinheta. Eis que o show encerra-se com o maior sucesso do grupo, sendo muito executada nas rádios até hoje, "O Vira", também sem muitas diferenças da versão original. Um disco valioso, tanto pela raridade quanto por ser um registro histórico, sem falar da capa sensacional. (:

domingo, 20 de março de 2011

Bob Dylan- Desire (1976)


Nome:Desire
Ano:1976
Produção:Don DeVito
Músicos:Bob Dylan (voz, violão, gaita e piano), Scarlet Rivera (violino), Howard Wyeth (bateria e piano), Dominic Cortese (acordeon e bandolim), Vincent Bell (bouzouki), Rob Stoner (baixo e vocais), Luther Rix (conga), Emmylou Harris, Ronee Blakley e Steven Soles (vocais)
Faixas:
1.Hurricane
2.Isis
3.Mozambique
4.One More Cup of Coffee (Valley Below)
5.Oh, Sister
6.Joey
7.Romance in Durango
8.Black Diamond Bay
9.Sara

O 17º álbum da carreira de Bob Dylan foi lançado no ano de 1976 e trazia em seu repertório, com exceção de duas canções, parcerias com o compositor Jacques Levy. Neste álbum, Dylan mostra-se menos apegado ao lado elétrico de sua música e conta na maioria das músicas com o violino de Scarlet Riviera. As letras desse disco, como um bom disco de folk pede, vêm a contar histórias. Para começar o álbum, Dylan narra ao longo dos mais de 8 minutos de "Hurricane" a história do boxeador Rubbir Carter, que foi preso injustamente por um crime que não cometeu. A canção possui um belo acompanhamento de violino, além de percussões. O piano bem tocado e mais uma vez o violino, são os destaques em "Isis". Com uma agradável linha de baixo e cantada em duas vozes, "Mozambique" traz consigo o ar das primeiras composições de Dylan, mais puxado para as raízes do folk, acústico. Segue-se com "One More Cup of Coffee", outra canção de Dylan bastante conhecida, onde ele descreve uma mulher, acompanhado de uma melodia com poucas variações. Com um ar mais depressivo, aparece "Oh Sister", canção belíssima sobre a relação irmão e irmã, onde há uma perfeita sintonia entre a gaita de Dylan e o então onipresente violino. Na longa "Joey", com letra feita por Levy, Dylan narra a história do gangster Joey Gallo, com um arranjo digno de receber a característica de orquestral. "Romance in Durango" têm uma pítada de música latina em sua composição. Isso fica notório quando Dylan mistura o espanhol com o inglês na letra, além do som de alguns instrumentos como o acordeon e o bandolim. Divida em sete estrofes, "Black Diamond Bay" vem a contar a história da destruição de uma pequena ilha através de duas visões, a dos hospedeiros de um hotel localizado nessa ilha e do próprio narrador, que assistia a tudo no telejornal. O disco termina com "Sara", canção feita por Dylan para sua esposa, Sara Dylan em um momento em que seu casamento não ia bem. É interessante por ser uma letra bem pessoal de Dylan, mas infezlimente (ou felizmente =p) o casamento de Dylan com Sara terminaria no ano seguinte. Desire foi na época grande sucesso de vendas e críticas e atinge em uma das listas da Rolling Stone a posição de 174º álbum mais importante da história.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Os Mutantes- A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado (1970)



Nome:A Divina Comédia ou Ando Meio Desligado
Ano:1970
Produção:Arnaldo Saccomani
Músicos: Arnaldo Baptista (teclado, baixo e voz), Rita Lee (voz, percussão e efeitos), Sérgio Dias (guitarra, baixo e voz), Ronaldo "Dinho" Leme (bateria), Raphael Vilardi (vocais e violão), Arnolpho "Liminha" Lima Jr (baixo) e Naná Vasconcelos (conga)
Faixas:
1.Ando meio desligado
2.Quem tem medo de brincar de amor
3.Ave, Lúcifer
4.Desculpe, babe
5.Meu refrigerador não funciona
6.Hey boy
7.Preciso urgentemente encontrar um amigo
8.Chão de estrelas
9.Jogo de calçada
10.Oh! mulher infiel

41 anos atrás o Brasil ganhava seu terceiro terceiro título mundial no futebol, o mundo perdia Hendrix e Os Mutantes nos davam de presente seu terceiro disco. O disco marca a entrada do baixista Liminha no grupo e mostra também uma sonoridade mais afastada do Tropicalismo. O disco abre já com um clássico do grupo, "Ando meio desligado", com congas na introdução, um som maravilhoso de órgão e um solo estupendo do Sérgio no final da música. Arnaldo e Lima comandam em "Quem tem medo de brincar de amor" que traz ainda uns efeitos muito loucos como os tradicionais assobios da Rita e no meio ainda cantam um trecho de "Parabéns pra você". Os Mutantes ainda fazem uma homenagem a Lúcifer em "Ave Lúcifer", com vocais muito bem feitos e divididos. Na música notamos a presença do theremin e a lendária Régulus com seus efeitos. Na composição de Rita e Arnaldo "Desculpe, babe", uma balada recheada pela conga de Naná Vasconcelos, falam algo sobre seguir em frente após o fim de uma relação ou coisa do tipo. Agora um ponto alto do disco é a quinta faixa. Podemos dividir "O meu refrigerador não funciona" em duas partes. Na primeira, Arnaldo arrebenta nas teclas e Rita Lee manda uns vocais à la Janis Joplin, com um feeling tremendo. Ainda dá pra perceber um pouco do baixo e a marcação da bateria de fundo. Na segunda parte, Arnaldo também assume os vocais, Dinho se torna mais presente, o baixo torna-se uma loucura com várias frases em walking bass e ainda surge um sax. O som dos teclados de Arnaldo também torna-se mais presente numa onda meio progressiva. Depois dessa "odisséia", surge "Hey Boy", uma balada bem agradável, com sua letra sobre um típico playboy paulista e a presença dos backing vocals de Raphael Vilardi, guitarrista do embrião dos Mutantes, o O'Seis. Sérgio manda muito bem na guitarra nessa faixa, sendo o principal destaque. O grupo gravou neste álbum também uma música de Erasmo e Roberto. "Preciso urgentemente encontrar um amigo" começa com efeitos vindos do órgão e da guitarra e segue numa onda de iê-iê-iê mas com todo o toque dos Mutantes. "Chão de estrelas" é outro ponto alto dessa obra. Um clássico da música brasileira, composição de Sílvio Caldas e Orestes Barbosa, ganhou uma versão toda especial do grupo. Na intro podemos ouvir a parte final de "Panis et Circenses" e segue com Arnaldo interpretando a música com uma voz de timbre grave e debochado e efeitos na música que nem se o Duprat quisesse se esconder ele conseguiria. Há efeitos de tiros, panos se rasgando, despertador e tudo mais. "Jogo de calçada", composição de Arnaldo em parceria com Wandler Cunha e Ilton Silveira. A intro lembra de cara o som do violão do Gilberto Gil, embora não seja ele tocando. A música segue numa rítmica beat, bem reta. Por fim, temos duas composições do grande Arnaldo, "Haleluia", uma espécie de canto religioso devidamente acompanhado do órgão e um baixo no fundo e para terminar, "Oh! mulher infiel", iniciando com um solo fantástico do Dinho e seguindo com uma linha de guitarra fabulosa e a base sendo feita pelo órgão. O efeito da guitarra nessa música, mostra-se semelhante ao de "Batmacumba" e no fim, ela fica bem mais calma abaixando o som até acabar e volta com Sérgio arrebentando na guitarra.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Primus- Frizzle Fry (1990)


Nome:Frizzle Fry
Ano:1990
Produção:Primus e Matt "Exxon" Winegar
Músicos:Les Claypool (baixo e vocal), Larry LaLonde (guitarra e violão) e Tim "Herb" Alexander (bateria)
Faixas:
1.To Defy the Laws of Tradition
2.Groundhog's Day
3.Too Many Puppies
4.Mr. Knowitall
5.Frizzle Fry
6.John the Fisherman
7.You Can't Kill Michael Malloy
8.The Toys Go Winding Down
9.Pudding Time
10.Sathington Willoughby
11.Spegetti Western
12.Harold of the Rocks
13.To Defy

O Primus é uma banda bem maluca, chega ser difícil definir o estilo da banda. É uma mistura de Funk, Metal, Rock, Country e de qualquer coisa que não seja nem um pouco dotada de sanidade. A banda sempre manteve a formação de power trio. O lunático líder da banda, o baixista e vocalista Les Claypool é certamente o mais louco de todos com seu timbre de voz inconfudível e uma habilidade contrabaixística que não fica devendo a nenhum Flea. Claypool consegue misturar todas as técnicas básicas do baixo - sendo elas: pizzicato, slap e tapping - numa mesma música ou parte desta. Ao comando das baquetas está o vulgo Herb, um baterista daqueles que gostam de "castigar" a bateria e além de despejar força sobre ela, também ataca com bastante precisão e técnica. Visto que o Primus é o tipo da banda onde o guitarrista não é a "estrelinha da banda", a guitarra de Larry Lalonde vem para completar a sonoridade excêntrica da banda. Após as apresentações, vamos para o álbum. Frizzle Fry, é o primeiro álbum de estúdio do grupo, lançado no ano de 1990, um ano após o ao vivo Suck on This. Nota-se bastante o crescimento que a banda teve no decorrer deste período, o que pode ser notado nos arranjos das músicas e na produção do álbum. Quatro músicas de Suck on This foram regravadas em Frizzle Fry, sendo elas a faixa título, que possui viradas incríveis de bateria e muito peso em sua parte final, fora sua letra falando sobre dúvidas e descrenças. Além dela fora regravada "John The Fisherman", grande clássico da banda com Claypool usando distorção no baixo na introdução e seu arranjo bem variado e bem feito, com a letra contando a vida de um pescador que gostava de enfrentar o mar, também "Groundhog's Day", uma canção aparentemente mais leve, com Claypool fazendo acordes no baixo, Lalonde fazendo belos fraseados e Herb marcando bem o ritmo e "Harold of The Rocks", mais funk e com um ritmo bem quebrado. A música ainda tem uma variação mais rápida que lhe dá um outro clima e casa muito bem com o estilo da música. Além dessas faixas, temos "To Defy The Laws of Tradition" abrindo o disco, uma crítica aos hábitos e valores da sociedade com tappings, slaps, solos de guitarra, além de ser uma das músicas onde Les melhor usa sua voz. Mais insanidade e peso aparecem em "Mr. Knowitall" e "Too Many Puppies", também clássicos da banda. O disco tem também três vinhetas, "To Defy", reprodução de um pedaço da música de abertura, "Satthington Willoughby" que faz lembrar música oriental e "You Can't Kill Michael Malloy", parte instrumental de uma peça do grupo The Spent Poets. De resto, ainda temos "Pudding Time" que é toda baseada numa linha de slap e "Spegetti Western" com destaque da bateria de Herb que constrói a base da música ao lado da guitarra de Lalonde.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Vanguart- Vanguart (2007)



Nome:Vanguart
Ano:2007
Produção:Thiago Marques
Músicos:Hélio Flanders (violão, voz e gaita), Luiz "Lazza" Lazzaroto (teclado e vocais), David Dafré (guitarra e vocais), Reginaldo Lincoln (baixo e vocais) e Douglas Godoy (bateria)
Faixas:
1.Semáforo
2.Just To See Your Bue Eyes
3.Hey Yo Siver
4.Cachaça
5.Miss Universe
6.Christmas Crack
7.Los Chicos de Ayer
8.Enquanto Isso Na Lanchonete
9.Antes Que Eu Me Esqueça
10.Cosmonauta
11.Beloved
12.Dream About Your Love
13.The Last Time I Saw You
14.Para Abrir Os Olhos

Das poucas bandas atuais de rock que gosto, uma das que posso citar é esta. O Vanguart surgiu em 2002 quando o vocalista do grupo, Hélio Flanders voltou de uma viagem de auto-exílio na Bolívia. A princípio, a banda só tocava canções em inglês, mas hoje já notamos grande presença do Português e até do espanhol nas composições da banda. As canções soam como uma mistura do som folk do Bob Dylan, com uns toques dos Beatles e letras bastante poéticas. O disco inicia-se com as batidas de "Semáforo", onde presenciamos várias metáforas na letra, tratando de temas como crença e morte. Depois vem "Just To See Your Blue Eyes", onde Reginaldo tira um ótimo solo do seu baixo. Em um ritmo mais animado, surge "Hey Yo Silver", que nos faz lembrar os filmes antigos de velho oeste e aquele clima de Saloons. "Cachaça", outro hit da banda, possuí um clima introspectivo, uma letra muito bem escrita e interessante. Vale ressaltar que pelo fato da banda usar de três línguas, o vocalista e compositor Hélio Flanders usa muito bem as palavras. "Christmas Crack" é uma canção mais alegre e fala sobre descobertas, soando como uma balada Folk. "Los Chicos de Ayer", cantanda em espanhol, é parceria de Flanders com o baixista Reginaldo Lincoln onde a banda canta sobre lugares, dor e solidão. Depois, outra canção em português, "Enquanto Isso Na Lanchonete", falando sobre amor e da visão distinta do homem e da mulher com direito a solo de escaleta. Com slides e muitos - ênfase no muitos - agudos na guitarra temos a nona faixa, "Antes Que Eu Me Esqueça". Mais outra em português, a minha favorita, "Cosmonauta", com uma parte lenta e uma mais rápida. Em "Beloved", Reginaldo Lincoln assume os vocais para cantar a sua composição sobre despedida e fim de um amor. Hélio põe todo seu feeling em uma canção onde aparecem somente sua voz, seu violão e sua gaita, "The Last Time I Saw You", uma despedida declarada. Para finalizar, uma canção bem versátil, que serviu muito bem para terminar esse disco e iniciar o seu posterior, "Para Abrir Os Olhos", uma canção agradável com uma letra falando sobre o sentido das coisas. E por hoje é só, pessoal (: