quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Secos e Molhados- Secos e Molhados(1973)



Nome:Secos e Molhados
Ano:1973
Produção:Sidney Moraes
Músicos:Ney Matogrosso(vocal), João Ricardo(violões de 6 e 12 cordas, harmônica de boca e vocal), Gerson Conrad(violões de 6 e 12 cordas e vocal), Marcelo Frias(bateria e percussão), Sérgio Rosadas(flauta transversal e flauta de bambú), John Flavin(guitarra e violão de 12 cordas), Zé Rodrix(piano, ocarina, acordeão e sintetizador), Willi Verdague(baixo), Emilio Carrera(piano)
Faixas:
1.Sangue Latino
2.O Vira
3.O Patrão Nosso de Cada Dia
4.Amor
5.Primavera nos Dentes
6.Assim Assado
7.Mulher Barriguda
8.El Rey
9.Rosa de Hiroshima
10.Prece Cósmica
11.Rondó do Capitão
12.As Andorinhas
13.Fala

"Se, naquele tempo, uma nave-mãe tivesse pousado, por exemplo, na Praça dos Três Poderes em Brasília e despejasse através de suas portas alguns alienígenas, ela não teria causado tanto impacto, uma perplexidade e um maravilhamento que pudesse rivalizar com os provocados pelo grupo Secos & Molhados."- Luiz Carlos Maciel

Mesmo que um pouco exagerado, acho que o comentário do Maciel faz total sentido. Imaginem o que foi em plena ditadura surgir um grupo como o Secos e Molhados. Misturando poesia com rock e diversos ritmos brasileiros, esse álbum é uma grande prova de que a música brasileira não deve nada para os estrangeiros. A música "Sangue Latino", um retrato de um latino americano "renegado", abre o disco, seguida de um dos maiores sucessos deles "O Vira"("vira, vira, homem, vira, vira, vira, vira Lobisomem"), mais pra frente "Amor", uma canção bem Folk e a já citada aqui no blog Primavera Nos Dentes, que estaria com certeza num Top 5 de músicas do disco se eu o fizesse, a minha favorita deste, "Assim Assado" é a próxima, com suas percussões e instrumentos de sopro numa harmonia perfeita. O destaque em "Mulher Barriguda" é uma linha de baixo muito bem elaborada, mesmo eu não curtindo muito esse aí com palheta, o modo com que parece ter sido tocado ao longo do disco. A última que destacarei é a canção "Rosa de Hiroshima", parceria do violonista Gerson Conrad com ninguém menos que Sir.Vinícius de Moraes. Uma poesia muito bonita que trata sobre a bomba atômica que atingiu a cidade de Hiroshima, nos idos da Segunda Guerra Mundial. Poético e bombástico, 5º lugar na lista dos 100 Melhores Álbuns de Música Brasileira da revista Rolling Stone, benditos anos 70.

Um comentário:

  1. Eu já não sei mais se me admiro com as obras e arranjos dos discos que cita, ou se é com a sua escrita cada vez mais impecável e criativa. Tem evoluído bastante, e escrito de forma surpreendente, cativante, de modo a prender o leitor até o final do texto.
    Parabéns, meu irmão, seu blog tá bombando! rs

    Beijo

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