segunda-feira, 28 de junho de 2010

Joni Mitchell- Shadows and Light(1980)



Nome:Shadows and Light
Ano:1980
Produção:Joni Mitchell
Músicos:Joni Mitchell(guitarra e vocal), Jaco Pastorius(baixo), Pat Metheny(guitarra), Don Alias(bateria), Lyle Mays(teclados), Michael Brecker(saxofone), The Persuasions(vocais)
Faixas:
1.Introduction
2.In France They Kiss On Main Street
3.Edith and the Kingpin
4.Coyote
5.Goodbye Pork Pie Hat
6.Jaco's Solo
7.The Dry Cleaner from Des Moines
8.Amelia
9.Pat's Solo
10.Hejira
11.Black Crow
12.Don's Solo
13.Dreamland
14.Free Man in Paris
15.Band Introduction
16.Fury Sings the Blues
17.Raised on Robbery
18.Why Do Fools Fall in Love
19.Shadows and Light
20.God Must be a Boogie Man
21.Woodstock

Bom, essa é uma resenha especial. É a primeira vez que escrevo sobre um álbum ao vivo e sobre um DVD. Shadows and Light é, digamos "cheio de coisas". Certas "coisas" só existem pra versão em DVD/VHS, outras só na primeira tiragem do cd e outras só na segunda. Esse álbum é uma experiência alucinante, o som literalmente entra em você. O DVD em si é uma obra de arte. Quer algumas provas?Bem, vejamos. A voz única, incrível, maravilhosa, sensacional de Joni Mitchell cantando suas também maravilhosas composições, com Pat Metheny na guitarra e Jaco Pastorius no baixo. Claro, sem desmerecer a bateria de Don Alias, o sax de Brecker e os teclados de Lyle Mays. Se já não bastasse tudo isso, ainda passa junto com a imagem do show alguns vídeos que têm a ver com as músicas, como em "Introduction", a introdução do show onde passam vídeos no maior estilo de filmes dos anos 70, onde os vídeos são mais notáveis em "Coyote" e principalmente "Black Crow", onde Joni aparece com uma capa aparentando um corvo fazendo patinação no gelo. Quanto a sonoridade do álbum, Joni fez uma mistura do Folk, estilo em que já era consagrada com o Jazz, um campo um tanto diferente, mas não deixou a desejar, pois tinha um time de feras na sua banda. O show foi gravado em Santa Barbara em Setembro de 1979, durante a turnê do álbum "Mingus", álbum que Joni Mitchell criou letras em cima das melodias do grande baixista de jazz Charles Mingus, inclusive há uma música do mesmo no Shadows and Light chamada "Goodbye Pork Pie Hat", assim como uma parceria dos dois, que é a canção "The Dry Cleaner from Des Moines". No começo, poucos acreditavam nesse projeto, por incrível que pareça. Jaco, como sempre, se destacou. Faixas como "In France They Kiss On Main Street", "Edith and the Kingpin"(nesta, principalmente na intro) e "Free Man in Paris", onde além dele, o saxofonista Michael Brecker também faz um trabalho notório, o "rei do fretless" faz jus à tantos títulos de melhor baixista do mundo. O jovem e ainda não tão famoso Pat Metheny também não faz feio. Pat explora bastante suas técnicas e usa bem os harmônicos. O interessante de ressaltar sobre um trabalho ao vivo, na minha opinião, são as performances. As músicas totalmente bem estruturadas, arranjos bem trabalhados, perfeito sincronismo da banda e alguns improvisos são destaques aqui. Falando ainda em performances, existem três faixas do disco que contam com solos dos integrantes, sendo elas "Pat's Solo", onde Metheny faz um notável solo em cima de uma melodia um tanto melancólica, mas atingindo bem o clima do disco e conta ainda com os teclados de Lyle ao fundo."Don's Solo", solo do baterista Don Alias, é uma bela demonstração de suas habilidades na percussão. Por fim, "Jaco's Solo", onde Pastorius usa alguns efeitos além de um sequencer, para realizar toda a sua "baixaria". Além das composições de Mitchell e as canções com Mingus, o disco ainda traz a bela interpretação de "Why Do Fools Fall in Love", composição de Frankie Lymon em parceria com Morris Levy que conta com a participação do grupo vocal The Persuasions. Mesmo que eu já tenha falado de alguns, os pontos altos do disco, são, além do solo dos músicos, as canções "Black Crow" e "Coyote", principalmente pelos vídeos, como eu já havia dito, "Dreamland", que inicia-se quase como um medley com "Don's Solo" e "In France They Kiss On Main Street", uma ótima escolha para abrir o show. Além disso, Joni fez uma versão muito interessante de sua canção "Woodstock", que também foi gravada pelo Crosby, Stills, Nash & Young em seu álbum "Deja Vú", lançado em 1972. Shadows and Light é um álbum artisticamente completo, assim como Joni também é uma artista fenomenal, que nunca faz feio ou deixa a desejar. Abaixo, a lista das canções que são exclusivas de algumas versões desse trabalho:

"Jaco's Solo"- Exclusiva da versão VHS/DVD
"Black Crow"- Excluída da primeira tiragem da versão CD
"Don's Solo"- Excluída da versão VHS/DVD e da primeira tiragem da versão CD
"Dreamland"- Excluída da versão VHS/DVD
"Free Man in Paris"- Excluída da primeira tiragem da versão CD
"Raised on Robbery"- Exclusiva da versão VHS/DVD
"God Must be a Boogie Man"- Excluída da versão VHS/DVD
"Woodstock"- Excluída da versão VHS/DVD

6 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Bom,Lucas fêz um ótimo trabalho, vou acrescentar mais alguma coisa.
    Sobre o projeto, Jaco foi o primeiro a ser chamado pela sua ligação com o trabalho de Mingus.
    Metheny veio em seguida, pois os dois tinham gravado o primeiro disco solo do Pat na Gravadora ECM, intitulado "BRIGHT SIZE LIFE".O tecladista Mays veio na carona,pois o mesmo já estava amigo de Pat.
    Na época Don Alias estava em todas,Brecker era o sax-tenor do momento, bom formado o super-grupo.
    Mitchell, então montou esse projeto ambicioso em inserir letras no trabalho de Mingus e foi de um resultado sublime.
    Algumas curiosidades: Pastorius ficou com total liberdade para criar coisas novas ao vivo, exemplo no tema "COYOTE" onde toda a base de baixo e construída em cima dos harmônicos.
    Durante o solo de Brecker, Jaco dobra em cima das frases de Michael, no final ele olha para o Jaco, balança a cabeça, o mesmo olha para cima, fingindo que nada é com ele, a cena é hilária.
    A participação do The Persuasions, era um sonho que Mitchell realizou.
    No solo do Jaco ele interpreta um tema de Hendrix"THE THIRD STONE OF THE SUN"
    Mitchel, tem uma particularidade em tocar, usa afinação aberta, pode montar acordes com poucas armaduras.
    Essa tour teve algumas modificações como por exemplo: o baterista de jazz Tony Williams.
    Depois ela remontou a banda com outros músicos.Dentre eles Larry Klein(então marido de Mitchell)no baixo.
    Mas, Jaco demorou a sair do grupo, ela o manteve
    o máximo possível.
    E deu uma declaração: Tocar com músicos de jazz é muito mais seguro, eles sabem socorrer uma cantora quando ela está em apuros.
    Principalmente em se tratando de um concerto ao vivo, onde tudo pode acontecer.
    Bom, vou parando por aqui, se aparecer mais alguma coisa, eu posto.

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  3. Nessa época Jaco estava em todas as gigs, ainda longe das drogas,em franca evolução sonora.
    O mesmos ainda participaria dos seguintes discos de Joni: Don Juan Reckless Daughter, Hejira, Mingus e Shadowns and Light.
    Ele deu uma enorme contribuição ao trabalho de Mitchell nesses discos.
    Joni, ficou maravilhada pelo desempenho de Jaco.
    Muitos fãs, acham esse trabalho como um disco solo do Pastorius, tamanha participação do mesmo.

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Para se ter uma idéia, essa tour rendeu vários concertos e diversas formações, mas ela sempre o
    manteve na posição de baixista.
    Ele e Mitchell se deram muito bem.Pastorius nessa época era uma pessoa equilibrada, alegre e disposto a abrilhantar carreiras de outras pessoas.

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  6. Muita gente acha que Jaco de destacou mais.
    Posso afirmar que de certa forma não deixa de ser uma verdade, pois foi o primeiro a tomar contado com as composições de Mitchell e soube aproveitar
    os espaços deixados naturalmente pela harmonia e ritmo.
    No seu sentido melódico, Pastorius fêz a diferença nesse concerto, claro que toda a banda somou nesse trabalho de Joni, para abrilhantar ainda mais esse concerto.
    Mas, Jaco estava no se apogeu mental, técnico e físico, por isso tem tantas linhas de baixo nessa formação em cima do trabalho de Mitchell.

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